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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

A POLÊMICA MENSAGEM SUBLIMINAR DE 'BERNARDO E BIANCA" (1977)

BERNARDO E BIANCA (1977)

"The Rescuers"

Dirigido por: Art Stevens John Lounsbery Wolfgang Reitherman. 77 minutos.

A Sociedade de Proteção e Ajuda, formada por camundongos de diversos países, se reúne no prédio da ONU devido à descoberta de uma garrafa que contém uma mensagem de ajuda, enviada pela garota Penny (Michelle Stacy). Bianca (Eva Gabor), uma das representantes da reunião, se oferece para investigar o caso. Para que ela não parta sozinha nesta missão é enviado também Bernardo (Bob Newhart), o porteiro da reunião, que está atraído por Bianca. Juntos eles partem para o orfanato em que Penny morava, para descobrir pistas sobre seu paradeiro atual.

Distribuição: Buena Vista Distribution

Lançamento: Estados Unidos 22 de junho de 1977

Brasil 25 de dezembro de 1978

A 1ª VHS de "Bernardo e Bianca" lançado pela Abril Video em 1992

Não me recordava muito deste clássico da Disney, e como esses dias estou bem "animação" assisti como se estivesse sendo a primeira vez. Traços simples, personagens sutis, música com melodia melancólica e a história da menininha Penny e a perversa Medusa preencheram meu final de tarde . Como é bom assistir alguns desenhos com um olhar menos ingênuo, descobrimos tantas coisas.... "Bernardo e Bianca" é simples, poético, inventivo e lindo!

É também daqueles filmes que percebemos coisas novas quando reassistimos, já crescidos e sem a ingenuidade da infância... detalhes esses que só tornam o filme melhor!

PS: Menção honrosa às contribuições de Evinha, "Amanhã é Outro Dia" e "Há Alguém Esperando Você". Deram um toque especial ao filme!


A garotinha Penny escreve uma carta de socorro e coloca dentro de uma garrafa vazia, que é encontrada pelos ratinhos


A POLÊMICA IMAGEM DA MULHER NUA EM "BERNARDO E BIANCA"

Apesar de ser um filme divertido, tocante e agradável, "Bernardo e Bianca" causou muita polêmica há muitos anos atrás, pois foi acrescentada no longa uma cena de nudez que aparecia num rápido momento. E isso foi confirmado pela própria Disney, aos 28 minutos do filme, que segundo o estúdio, foi uma brincadeira de um estagiário.

Aconteceu quando o VHS de "Bernardo e Bianca" foi lançado em 1992. Produzido em 1977, o filme traz a foto de uma mulher nua na janela de um dos apartamentos no pano de fundo de uma sequência. A imagem é exibida por apenas dois quadros, sendo imperceptível a olho nu.

"No primeiro Bernardo e Bianca há uma foto com nudez", confirmou a Disney em conversa com o site The Huffington Post. A empresa afirmou que a versão em VHS do filme usou o negativo original para produzir as cópias das fitas. Como muitos dos animadores que trabalharam no filme original já tinham morrido, ficou mais difícil alguém lembrar que aquele easter egg estava lá. Apesar de grupos religiosos insistirem que a cena foi inserida no filme com o objetivo de controlar e perverter a mente das crianças (incapazes de perceber, assim como os adultos, a natureza dos brevíssimos frames), é mais provável que a foto pornográfica tenha sido inserida como uma pegadinha questionável.

Em janeiro de 1999, a Disney pediu o recall de mais de 3 milhões de cópias em VHS e Laserdisc do filme depois de assumir que Bernardo e Bianca contava com uma "imagem de fundo censurável". Em um movimento interessante, tratou-se de uma das raras vezes em que a Disney comentou um caso de uma mensagem escondida antes da pauta ganhar repercussão no boca a boca ou na imprensa. A companhia disse que a medida foi tomada para "manter a nossa promessa para as famílias de que elas podem confiar na Disney para prover o melhor do entretenimento familiar". O recall causou uma corrida às lojas por parte de consumidores que queriam garantir uma versão "maldita" da fita que a Disney queria retirar do mercado.

No Brasil, essa cena não chegou a aparecer em nenhuma das edições lançadas em VHS, muito menos em DVD ou Blu-Ray, pois a Disney retirou-a do longa rapidamente. Só esteve presente nas primeiras VHS's lançadas nos Estados Unidos.


Outras curiosidades:

A vilã Madame Medusa foi claramente inspirada em "Cruela Cruel", a terrível vilã de "101 Dálmatas" (ou "A Guerra dos Dálmatas", como também é conhecido). Inicialmente a Disney iria trazer a Cruella para esse filme também, mas depois desistiram e resolveram criar a Madame Medusa, mas que lembra muito a excêntrica Cruella De Vil.

"Bernardo e Bianca" ganhou uma continuação em 1990: "Bernardo e Bianca Na Terra dos Cangurus". Foi também a primeira continuação oficial de um clássico da Disney.



MADAME MEDUSA:

•O Point do Mickey: Medusa fez algumas aparições em Episódios na série animada, como no Episódio "Diamantes do Mickey" aonde a Madame Medusa tenta roubar alguns diamantes do cofre do Mickey e ela foi vista em uma multidão no filme "O Natal mágico do Mickey"

• No final do filme, não se sabe se a Medusa conseguiu escapar dos crocodilos irritados, embora implique que ela não escapou e, provavelmente, foi morta por vingança por seus maus tratos.

• Madame Medusa nos parques Disney: Apesar de não aparecer em qualquer um dos parques temáticos da Disney em todo o mundo, Madame Medusa faz sua única aparição ao vivo até hoje no show do Disney On Ice, Dare to Dream, desempenhando o mesmo papel do filme original. No entanto, ela é destaque em uma pequena quantidade de mercadorias dos Disney Vilões. E enquanto não aparece no próprio show, Madame Medusa é retratada por um dos dois anfitriões da versão de show ao vivo de Bernardo e Bianca na da Disneylândia.



• Medusa é um dos 10 vilões apresentados no Disney Villains: The Top Secret Files. A seção de Medusa do livro inclui uma foto de Nero e Brutus como bebês e um catálogo dos maiores diamantes do mundo. A Medusa é classificada como o nono maior Vilão da Disney no final do livro.

• Observa-se que Madame Medusa e Úrsula compartilham uma estrutura facial semelhante.

• No início do conceito de arte, Madame Medusa iria viver em uma mansão abandonada em vez de um barco a vapor meio abotoado.

• A atriz Geraldine Page que forneceu a voz de Madame Medusa, foi casada com o ator Rip Torn . Em 1997, 10 anos após sua morte de um acidente cardíaco, Rip Torn forneceu a voz de Zeus em Hercules da Disney .


• Medusa é baseado em The Duchess of Diamonds do romance de Margery Sharp.

• O carro de Madame Medusa acelera bastante rápido igual o carro de Cruella.

• Medusa é uma das poucas ruivas de olhos verdes no universo da Disney.

• Madame Medusa recebeu o nome da criatura mitológica grega, Medusa, que tinha o poder de transformar qualquer coisa ou qualquer pessoa, que olhava para os olhos dela, em pedra e depois foi derrotada por Perseu.

Madame Medusa é obcecada pelo diamante "olho do diabo" e só pensa em possuí-lo


• na apresentação de todos os vilões nos parques Walt Disney podemos ver Madame Medusa sempre junta de Úrsula, Gaston, Capitão Gancho, Rainha de Copas, Hades e Cruella de Vil enquanto Winifred Sanderson, Sarah Sanderson e Mary Sanderson estão invocando os outros vilões.

CLÁSSICO "MARY POPPINS" (1964) DA DISNEY TEVE 3 DUBLAGENS BRASILEIRAS

Talvez o maior clássico da Disney protagonizado por personagens de carne e osso seja "Mary Poppins", e olha que a Disney explorou bem essa temática ao longo de suas muitas produções cinematográficas... E esse grande sucesso já teve três dublagens aqui no Brasil. 

O video abaixo nos mostra um pouco dessas dublagens, e apesar da qualidade comprometida pelo tempo da primeira dublagem do vídeo (que, infelizmente, não recebeu remasterização), vale destacar as participações dos saudosos Newton Da Matta (Dick Van Dyke) e Vera Miranda (Julie Andrews) na versão da Herbert Richers. 

Claro que conferindo as três adaptações, podemos notar a excelência na escolha de cada elenco. Nomes como Ézio Ramos, Dráuzio de Oliveira, Mabel Cézar, Guilherme Briggs e Mauro Ramos ajudam a valorizar as outras versões.

Mary Poppins (1964) © Walt Disney Pictures




quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

CLÁSSICO "DUMBO" (1941) DA DISNEY COMPLETA 80 ANOS DE ANIVERSÁRIO!!!

CLÁSSICO "DUMBO" DA DISNEY TEVE MAIS DE TRÊS DUBLAGENS, MAS INFELIZMENTE APENAS A ÚLTIMA ESTÁ DISPONÍVEL NOS DVDs E BLU-RAY LANÇADOS PELA DISNEY


Dumbo é um bebê elefante que nasceu com orelhas enormes e sofre muito bullying de seus amigos e frequentadores do circo, onde vive. Com a ajuda de Timóteo, um simpático ratinho, Dumbo vai se transformar na principal atração de um circo. 
Usando suas orelhas, ele faz o que nenhum outro elefante conseguiu: voar!! De repente, o que mais deixava Dumbo para baixo, vai colocá-lo lá no alto, voando no céu e sendo um astro! O filme, um dos mais queridos do próprio Walt Disney, está completando 80 anos de aniversário nesse ano de 2021!!

Esse longa da Disney é baseado na história infantil "Dumbo, the Flying Elephant", escrita por Helen Aberson e Harold Pearl e ilustrada por Helen Durney. Acredita-se que essa obra tenha sido criada inicialmente para o protótipo de um brinquedo do tipo "livro interativo" e posteriormente adaptada para a forma de livro convencional. O longa-metragem foi dirigido por Ben Sharpsteen e o roteiro foi elaborado por Otto Englander, Joe Grant e Dick Huemer.

"Dumbo" é um filme norte-americano de animação lançado em 23 de outubro de 1941 e que está prestes a completar 80 anos de aniversário. Produzido pela Walt Disney Productions e distribuído pela RKO Pictures, é o quarto longa-metragem de animação dos estúdios Disney e faz parte da sua lista de clássicos. O personagem principal é um elefante semi-antropomórfico chamado Jumbo Jr., que é cruelmente apelidado de Dumbo (um jogo de palavras com o termo em inglês dumb, que significa "estúpido").


O elefantinho é feito de palhaço no filme, onde todos zombam dele


No Brasil, o filme teve três dublagens, mas a primeira foi realizada em 1941 e é considerada uma dublagem perdida da "Sonofilms", porém existe uma edição em VHS da Abril Vídeo, lançada em 1988, que traz esse áudio. O desenho teve depois outras duas dublagens, uma em 1973 pela Riosom e Herbert Richers, já em 1998 foi redublado pela Double Sound para VHS e a mesma se encontra nos dias de hoje em DVD e no Blu-ray. O filme também foi exibido várias vezes na TV aberta, pelo SBT e Globo.

OS PERSONAGENS, A TRAMA E O BULLYING
Sinceramente, odiamos as elefantas aqui, que representam tanta gente babaca e preconceituosa no mundo. Esse desenho é até hoje muito realista e mostra como as pessoas são hipócritas. Dumbo é esculachado o filme todo pelas elefantas, mas quando aprende a voar e faz sucesso, elas, que tanto o criticavam (sem nenhum motivo), passam então a puxar o saco dele. É muita cara de pau e cinismo...

"Dumbo" conquistou as pessoas pois passa uma mensagem muito bonita, não só às crianças, mas também aos adultos que são fúteis e apenas focam na beleza física. A beleza interior, a inteligência, a educação e as boas maneiras são muitas vezes deixados de lado, pois preferem estar acompanhados de pessoas vazias, vulgares, até com uma tornozeleira mecânica no pé, não importa, desde que sejam bonitas, populares e que tenham milhões de seguidores no instagram, é o que está valendo para muita gente, então mesmo depois de 80 anos, esse desenho continua atualíssimo.

"Dumbo" foi lançado em VHS pela 2ª vez, através da Abril Vídeo, em 1998


O filme fala principalmente sobre padrões. No começo da história, o elefantinho foi muito amado por ser fofo mas quando mostra suas orelhas ''anormais'' começa a ser automaticamente zombado. Dumbo teve sorte de ter alguém ao seu lado nos momentos difíceis. Na hora que a mãe canta "Baby Mine" nos sentimos nos braços e no conforto de nossas mães. Um dos momentos mais lindos e mágicos do cinema.

Mas nos perguntamos, se naquela água tinha álcool ou LSD porque , meu Deus, que viagem!! Outro ponto alto do filme!

Aquela música que toca quando eles estão bêbados, aparece também num episódio de "Chaves", quando os personagens centrais entram na casa da "Bruxa do 71". Você se lembram? Acontece que Roberto Bolaños era muito fã de Walt Disney e de seus desenhos, então ele levava às vezes algumas trilhas sonoras dos clássicos Disney para alguns episódios de "Chaves" e "Chapolin".

Muitas pessoas choram e se sensibilizam com a história triste de Dumbo, principalmente quando ele é retirado de sua mãe, e principalmente quando ele está sofrendo por sua aparência. Voltando à cena da "bebedeira", esse é um dos momentos que mais sustentam o filme.... É um grande ápice, muito criativo, cheio de cores, nos remetendo à Pop Art que surgiu nos anos 50 (na Inglaterra), além de ter cenas engraçadas, únicas, memoráveis e bem imaginativas. Por outro lado, essa cena nos tempos atuais da "lacração", se tornaria muito questionável e perigosa.
Por falar nisso, o filme também carrega consigo alguns elementos de racismo, quando aparecem uns corvos pretos com traços e trejeitos negativos. Eles debocham do elefantinho também (como quase todos os personagens), mas depois ficam comovidos e resolvem ajudá-lo.


Personagens caricatos, polêmicos, mas especiais e inesquecíveis


Inclusive, a Disney atualmente está bem atenta à essas cenas, e está se desculpando com o público sobre o racismo materializado aqui. A plataforma Disney+ já disponibilizou o clássico ao seu público, porém incluiu também um aviso que explica sobre o caso, e deixa claro que a empresa não está de acordo com esse tratamento dado aos negros na época. A tal cena mostra quando Dumbo se encontra com um grupo de corvos (em inglês, "crows"), liderado por um personagem chamado Jim. O nome Jim Crow é emprestado de um personagem popular no século 19, usado para fazer piadas e reforçar estereótipos negativos sobre pessoas negras.

"Dumbo" possui uma animação bem mais simples, pois Walt Disney estava precisando economizar, após não conseguir os lucros esperados com suas obras-primas "Pinoquio" e "Fantasia", nos anos anteriores. Ironicamente, "Dumbo" foi bem mais econônico que todos os filmes que vieram antes, mas foi um dos que o público mais gostou, lotando os cinemas e enchendo os cofres de Walt Disney. "Dumbo" rendeu muitos lucros e salvou a Disney da "pindaíba". 
Apesar da animação não ser muito primorosa, possui uma história maravilhosa, de qualidade e que te envolve do seu início ao final. Você está do lado do elefantinho o tempo todo, cruzando os dedos e torcendo por ele. Parece ser um desenho bastante inocente, mas tem poderosas mensagens sobre amor materno, o bullying e o desdém com o outro indivíduo - o desprezo e a achincalhação são bem gritantes, chegando a impactar.

As músicas são bem marcantes, algumas bem animadas e divertidas, como as cantadas pelos corvos. Já foi citado acima sobre a linda canção "Baby Mine", mas é bom informar também que essa belíssima música foi merecidamente a vencedora do Oscar de 1941, na categoria "Melhor Canção". 


"Filho Meu" Música adaptada para o português 


"Dumbo" foi feito em 1941, em pleno momento da segunda guerra mundial, as paletas de cores são vivas, bem quentes, mostrando todo ambiente claustrofóbico do circo, e vemos também que os animais são quase que "escravos" do homem, e trabalham muito no circo, e até ajudam a montá-lo na chuva, quando se instalam numa cidade.

Você irá perceber aqui que os animais são os personagens principais e os humanos são jogados totalmente em segundo ou terceiro plano, sendo apenas coadjuvantes, apenas um ponto pequeno na trama, mas que também desenvolvem os sentimentos tristes em Dumbo, com a sua relação perante a sociedade e também com os outros animais que o provocam. 

Timoteo, o rato, ele é fantástico, o amigo que todos precisariam ter! Além do mais, é divertido pensar que os elefantes tem medo de ratos, não acham? Pois aqui é ao contrário... Ele é o único amigo de Dumbo!! Poderia ser uma sátira de Walt Disney? Pois em relação a crença popular, os elefantes tem medo desse pequeno roedor...
As outras elefantas tratam Timoteo como inimigo, mas ele acabou se saindo como o melhor amigo de Dumbo, junto a sua mãe.




O clássico "Dumbo" emociona, sensibiliza, causa revoltas, nos faz refletir e continua muito atual (muita gente sentiu falta disso no live-action) e aqui é bem evidente a sua emoção, o seu sentimento, tudo é bem mostrado, construído; é nítida a sua dor, assim como também é nítida a sua alegria e satisfação no final, felizmente ao lado de sua mãe.

Hoje vemos que os circos não trabalham mais com animais, mas há 80 anos atrás isso era muito comum, infelizmente, e a Disney nessa época fazia essas críticas aos circos. Era de maneira sutil, mas poderosa. 
Veja o momento em que os trabalhadores (palhaços) estão dentro da tenda, eles estão falando que "os animais não tem sentimentos e são feitos de borracha". Realmente no circo teve muitos maus tratos e desrespeito à vida animal.


Trailer DUMBO VHS - Abril Video
VHS com a dublagem clássica
A primeira VHS do Filme no Brasil


Como dito, essa animação foi responsável por reerguer a Disney financeiramente (pois estava em um colapso financeiro nessa época) e tornou-se um dos maiores sucessos dos anos 40.
Ganhou o Oscar de Melhor Trilha Sonora e inspirou inúmeros produtos comerciais com a carinha fofa do elefante.

O único ponto negativo de "Dumbo", é que ele é muito curto, mas pelo orçamento que o estúdio tinha na época, conseguimos entender o motivo dessa curta duração... Mas seria ótimo se fosse mais longo e assim desenvolvesse melhor certas cenas e personagens.

Veja a música abaixo, uma das mais marcantes do longa:
Eu já vi um cavalo voar...
-Já vi um dragão voar!
-Eu já vi uma casa voar
Já vi escada rolar
Cadeira balançar
E o olho de um furacão piscar
-Como é que é?
Já vi o sol nascer
Feito um bebê
E até um poste telefonar
Já vi uma alface dar no pé
E eu soube de um cisne que dança balé
Essa eu não vi, só ouvi falar
Sou seu amigo, vou acreditar
Eu vi o vento varrer
E canivete chover
E eu vi até um bife cavalgar
Mas fiquei um mês sem poder falar
Ao ver elefante voar!!!!!

"Dumbo" é um dos filmes mais queridos dos Estúdios Disney, é muito aclamado e tem fãs bem famosos em todo o mundo. Não sei se posso afirmar que, o jornalista Boris Casoy é um fã, mas penso que ele não deve odiar o clássico, já que tem o filme em sua estante ao lado de outras obras-primas importantes do cinema:



O elogiado ator Gael Garcia também não esconde o seu amor por "Dumbo", e diversas vezes já disse que é um dos filmes mais importantes que ele já assistiu na vida:
“Foi o primeiro filme que eu vi e assim eu descobri o cinema. Simples assim.” Gael García justificando sua paixão por "Dumbo" (1941). 

Gael Garcia sempre cita "Dumbo" entre os seus filmes favoritos


A atriz Angelina Jolie também não esconde a sua preferência por "Dumbo". A vencedora do Oscar e embaixadora da ONU sempre gostou muito de filmes infantis, e revelou que Dumbo é o seu personagem preferido no cinema, desde a infância. A atriz admite chorar quando o animal começa a voar. Recentemente, Jolie defendeu publicamente a versão com atores desta história, e completou: “Dumbo é um dos melhores desenhos que já assisti. Eu sempre me interessei muito pela mãe que é trancada por estar louca”.

Angelina Jolie, uma das figuras mais conhecidas do cinema é uma fã assumida de "Dumbo"


COLEÇÃO DUMBO
A coleção abaixo é de Atílio Potyguar, um fã da Disney que tem muito material do clássico em sua coleção. Esse filme foi lançado em várias edições em VHS e DVD, então é quase que impossível juntar todos numa única foto. Na imagem abaixo, por exemplo, está faltando a 1ª VHS lançada em 1988 e também o DVD "Conte um Conto", que vinha numa lata lançado em 2005, apenas como exemplos de lançamentos faltantes:

Coleção "DUMBO"
VHSs, DVDs e BD


DUBLAGEM CLÁSSICA E REDUBLAGENS

No Brasil foram feitas três dublagens para o filme. A primeira foi realizada em 1941 no estúdio Sonofilmes, no Rio de Janeiro. Como a adaptação de longas-metragens estrangeiros para o português era então uma novidade no país, a mixagem e o processamento da cópia da versão brasileira foram feitos em Hollywood. Da mesma forma, os diálogos foram traduzidos nos Estados Unidos por Gilberto Souto, ex-correspondente da revista Cinearte. Vários artistas do rádio populares na época fizeram parte do elenco de vozes. O processo de gravação foi dirigido pelo compositor João de Barro, que também interpretou Timothy.

Grande Otelo foi um dos artistas mais importantes do Brasil e ainda é super aclamado pela crítica. Ele foi o dublador do corvo Jim Crow, na primeira versão brasileira de "Dumbo"


O ator e músico Grande Otelo dublou Jim Crow, tendo sido elogiado na época pela revista A Cena Muda, a qual ressaltou que "nem mesmo no original Jim Crow foi tão divertido e pitoresco". A publicação também afirmou que "Walt Disney, quando aqui esteve, inspirou-se em Grande Otelo para outros personagens, que, certamente, hão de aparecer em desenhos futuros".

A atriz Sarah Nobre e sua filha Olga Nobre interpretaram, respectivamente, as elefantas Matrona (Matriarca) e Manhosa (Catty). Iara Jordão e Mary May dublaram as outras duas elefantas maldosas. O músico Almirante, que deu voz à Cegonha, participou consecutivamente de outras adaptações de produções da Disney, de "Snow White and the Seven Dwarfs" a "Bambi". Xavier de Souza dublou o diretor do circo, e Gastão do Rego Monteiro fez a narração inicial do filme. Miguel Orrico, Sônia Barreto, Dorival Caymmi e Nuno Roland também participaram desta versão.

"Dumbo" é mais que um clássico disney, é uma obra-prima da 7ª Arte

A segunda dublagem foi gravada em 1973 no estúdio Tecnisom e dirigida por Telmo de Avelar, e a terceira em 1998 na Double Sound, sob a condução de Isaac Bardavid. O comediante Orlando Drummond esteve presente nas duas versões, dublando personagens diferentes. Na dublagem de 1973, ele interpretou um dos corvos e participou, junto com os dubladores Antônio Patiño, Francisco Milani e Mário Monjardim, do coral de duas canções: "Oh, Eu Vou Pedir Mais Grana pro Patrão" e "Quando Eu Vi um Elefante Voar". Na versão de 1998, Drummond deu voz ao diretor do circo, com uma interpretação que lembrava um pouco o Sargento Garcia do universo de Zorro, porém, com um tom "mais viril", "forte" e "furioso", como na cena em que seu personagem chicoteia a mãe de Dumbo. Entre os outros artistas que participaram dessas versões, está o ator Ênio Santos, que dublou Timothy.

Exibição em Portugal
Muitos clássicos da Disney, e até de outros estúdios como "A Polegarzinha", chegaram em Portugal com nossas dublagens brasileiras, e "Dumbo" foi exibido originalmente em Portugal com a primeira dublagem brasileira. O mesmo aconteceu na época com os lançamentos originais de "The Reluctant Dragon" e "Bambi" em território português. A respeito disso, João de Barro declarou em 1942 na publicação de A Cena Muda: "É interessante assinalar que fora do território brasileiro também nossas gravações têm agradado. O público português, a acreditar ao que nos informou a crítica local, embora tivesse de início estranhado um pouco o linguajar brasileiro, bem depressa a ele se aclimatou, pelo pitoresco de que se reveste".

Lata "Conte Um Conto" - "Dumbo" - 2005
Era o mesmo DVD lançado em 2001, com uma capa diferente, além da lata. Também acompanhava um livrinho bem infantil


"DUMBO" é mais que uma obra-prima do cinema, é atualmente um objeto de estudos acadêmicos e discussões entre especialistas em cinema, particularmente no que diz respeito a sua controversa sequência, acusada de preconceito racial, envolvendo os corvos já citados. Em 2017, foi selecionado para preservação no National Film Registry dos Estados Unidos pela Biblioteca do Congresso, sendo considerado "cultural, histórico ou esteticamente significativo"

Dumbo, Timóteo e a Sra. Jumbo estariam de volta em "Dumbo II", continuação do clássico que a Disney estava planejando para o início dos anos 2000, mas foi cancelada; A história nova, que ocorreria um dia após os eventos do primeiro filme, seria ambientada em Nova York. A Disney costuma lançar as sequels de seus clássicos direto no mercado de home video, mas o estúdio parecia confiante quanto a lançar Dumbo II nos cinemas. Tanto que eles produziram um trailer especialmente feito para a sequência na edição de 60 anos do Dumbo em DVD e VHS em 2001.
Depois de vários contratempos por alguns anos antes de John Lasseter ser nomeado CEO da Walt Disney Animation Studios (no início de 2006), o projeto foi cancelado. 

Uma adaptação em live-action foi dirigida por Tim Burton e lançada em 29 de março de 2019, mas não agradou muito e logo foi esquecida pelo público.


"Dumbo" é um filme eterno, atemporal, curto, econômico e bem-sucedido!


terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

ROTOSCOPIA DISNEY: A RECICLAGEM EM CENAS "COPIADAS" DE MUITOS CLÁSSICOS

POLÊMICA: A DISNEY NOS "ENGANOU" COM SEUS FILMES RECICLADOS? ENTENDA O QUE É A ROTOSCOPIA DISNEY
"Puff, O Ursinho Guloso" - "A Espada Era A Lei" - "Mogli, O Menino Lobo" - "As Perpécias do Ratinho Detetive"
 

É queridos leitores, a Disney reciclou bastante cenas de seus clássicos em outros filmes animados... Vocês querem dar uma olhada no vídeo acima?

Parece que há até uma questão de "preguiça", não é mesmo? Mas não é somente isso, e nem somente questão de grana ou de economia de trabalho não. Nos tempos da animação clássica, todas feitas no braço (24 frames por segundo), havia um limite do que dava pra ficar "claro" para quem está assistindo, já que só se podia trabalhar com um ângulo/eixo. E os caras tinham que entregar o trabalho em até 2 anos... 

O nome disso é rotoscopia, e se não fosse por esse mecanismo demoraria infinitamente mais tempo  para concluir as animações, naquela época. Então, a Disney fez sim, muito uso dessas reciclagens em seus filmes, como vemos no vídeo acima. Ou melhor, fez muito uso da rotoscopia.

O QUE É ROTOSCOPIA?? É uma prática realizada através de um dispositivo que permite, aos animadores, redesenhar quadros de filmagens para serem usados em animação. Pode ser usado também para desenhar seguindo uma referência já filmada. É uma prática precursora da moderna captura de movimento digital. 

Após ao falecimento de Wat Disney (em dezembro de 1966), o estúdio passou por muitos problemas financeiros, então não devemos descartar o motivo financeiro também, pois estava quase a ponto de falir. Por isso muitas cenas foram recicladas nesses filmes dos anos 60 e 70.

Mas nos anos 90, no renascimento da Disney, também temos essa situação em "A Bela e a Fera". A dança da Bela com a Fera é uma cópia que vem dos movimentos da dança final de "A Bela Adormecida".


10 CENAS COPIADAS DA DISNEY PARA A PRÓPRIA DISNEY

O uso dessa técnica reduziu bastante os custos da Disney, porém resultou em cenas praticamente repetidas em diversas produções do estúdio. Embora a técnica de animação 2D tenha ficado obsoleta para o estúdio, é interessante vermos as produções que tiveram essas cenas repetidas, por esse motivo, listamos algumas delas.


Pinóquio / Alice no País das Maravilhas

A cena em que Pinóquio pula no mar em busca de Geppetto, seu pai, conta com um momento onde o boneco de maneira caminha pelo fundo do oceano com diversas criaturas marinhas seguindo ele.

Anos depois, a Disney reaproveitou o mesmo take em outra de suas produções, desta vez, na animação baseada nos contos de Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas, quando Tweedle Dee e Tweedle Dum contam para Alice a história da “Morsa e o Carpinteiro”, vemos uma cena em que a Morsa caminha pelo fundo do mar juntamente com suas ostrinhas, se repararmos bem, a cena usa os mesmos animais marinhos e o cenário visto em Pinóquio, porém com uma coloração diferente.

A Bela Adormecida / A Bela e a Fera

Uma das cenas mais marcantes das animações Disney é o baile real em que Aurora e Príncipe Phillip de A Bela Adormecida dançam a valsa, logo após terem derrotado Malévola. A cena conta com detalhes impressionantes e uma fidelidade aos movimentos humanos que era algo simplesmente inimaginável para a época.

A perfeição foi tanta que a Disney reutilizou os movimentos em outra de suas animações de contos de fada. Na cena final de A Bela e a Fera, podemos notar que a valsa entre Bela e o príncipe usa os mesmos movimentos de A Bela Adormecida.

Mogli o Menino Lobo / Puff, O Ursinho Guloso

Mogli o Menino Lobo é considerada a última animação supervisionada pelo próprio Walt Disney, por esse motivo, ela é tida como uma das relíquias do estúdio. Mesmo com esse status, Mogli também não ficou imune à reciclagem.

Cerca de 10 anos depois, a Disney revirou algumas cenas de Mogli e as repaginou para filmes como Bernardo e Bianca e Puff, O Ursinho Guloso. Em determinado momento do filme do ursinho, podemos ver uma movimentação de Christopher Robin que é idêntica à de Mogli.


As Aventuras de Ichabod e Sr. Sapo / A Espada era a Lei

Contando histórias clássicas americanas através de uma ótica mais infantil, As Aventuras de Ichabod e Sr. Sapo recriava o clássico A Lenda do cavaleiro Sem Cabeça, onde um homem com cabeça de abóbora aterrorizava um pequeno vilarejo. Dentre as cenas da animação, uma delas contava com o Cavaleiro montado em seu cavalo, correndo em direção à câmera.

Anos depois, a cena foi reutilizada em A Espada era a Lei, durante a luta de justa. Curiosamente, a mesma cena também já havia sido reaproveitada por A Bela Adormecida, no momento em que o príncipe está enfrentando Malévola em sua forma de dragão.


Branca de Neve e os Sete Anões / Robin Hood

Branca de Neve e os Sete Anões foi precursor de todas as grandes animações Disney, dito isso, é óbvio que ele serviria de inspiração e de base para os projetos que viriam posteriormente.

Em uma das cenas da adaptação do conto dos Irmãos Grimm, vemos Branca festejando com os anões na pequena cabana da floresta. A cena de dança entre Branca de Neve e Dunga pode ser vista anos depois na animação Robin Hood, mas desta vez, os movimentos de Branca serviram de base para a princesa Miriam. Robin Hood é uma animação que conta com diversos retalhos de outros filmes, incluindo a dança do Rei Louie e Baloo de Mogli.


Aristogatas / Robin Hood

Não contentes em usar cenas de Branca de Neve e os Sete Anões para o momento em que Mirian festeja com os aldeões na floresta, Robin Hood também mesclou algumas cenas de Aristogatas no take, para deixar a movimentação e a animação da festa mais fluída.

Ao prestarmos atenção, podemos ver que as cenas dos gatos de rua tocando Jazz foram reaproveitadas com os animais de Robin Hood.


Cinderella / 101 Dálmatas
Nem mesmo Cinderella ficou imune da reciclagem. Mais de uma década depois de seu lançamento, a cena do gato Lúcifer se assustando pode ser vista na pele de um outro gatinho, mas desta vez, o simpático gatinho que ajuda os filhotinhos de Dálmata a fugirem das garras dos capangas de Cruela Cruel.

A Espada era a Lei / A Princesa e o Sapo
A Princesa e o Sapo é a última animação em longa-metragem da Disney em 2D, porém o estúdio resolveu fechar o estilo de animação com chave de ouro, seguindo a tendência que vinha sendo adotada pelas obras anteriores.
Em A Espada era Lei, conhecemos a excêntrica bruxa Madame Min, que quase matou o jovem Artie. Quando Min canta sua canção de apresentação, ela esconde o rosto com os cabelos para revelar seu rosto horrendo. Esse momento foi reaproveitado por A Princesa e o Sapo, na cena em que o Crocodilo Louis começa a Mama Odie.


Bambi / O Cão e a Raposa
Bambi e O Cão e a Raposa talvez sejam algumas das animações mais emotivas da Disney e por esse motivo, os produtores decidiram reciclar algumas cenas nelas.

As cenas em que vemos as aves com seus filhotinhos e os cachorros perseguindo as caças na floresta, são exatamente as mesmas, contando apenas com alguma recoloração ou troca de animais.


Bernardo e Bianca / Bernardo e Bianca na Terra dos Cangurus
Não sei se esse foi um caso de corte de gastos, resgate da nostalgia do filme original ou ambos, porém ambos os momentos em que os camundongos Bernardo e Bianca voam de carona no Albatroz, são idênticos.

Tanto os movimentos do pássaro, as reações dos camundongos e os enquadramentos são os mesmos, o que é meio estranho, considerando que um filme é sequência do outro e não faz muito sentido que eles tenham cenas repetidas.